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The Last of Us Parte 2 é ousado, imponente e marcante

Após 7 longos anos desde o lançamento do aclamado primeiro The Last of Us que foi originalmente lançado para PlayStation 3, a Naughty Dog dessa vez se compromete a entregar em sua sequência um jogo com uma narrativa ainda mais corajosa que vai desde escolhas pontuais de roteiro que deixariam os fãs de “ponta cabeça” até escolhas de discussões temáticas polêmicas e socialmente sensíveis como poderemos ver ao longo da análise…

Imagem: Divulgação/Sony

Naughty Dog

Os jogos da Naughty Dog tem um ótimo equilíbrio no que diz respeito a aspectos gerais, uma narrativa envolvente que não compromete a jogabilidade, trilhas sonoras marcantes, qualidade gráfica absurda e outras qualidades mais, dessa vez com The Last of Us Parte 2 não foi diferente…


A proposta da obra é clara e direta: uma narrativa profunda com filosofias e dramas humanos dentro de um jogo com uma jogabilidade tecnicamente simples porém envolvente.

The Last of Us Parte 2

Assista ao Review produzido pelo canal da IGN

Narrativa

Esse é um tópico que não é tão simples de descrever como parece, o jogo não é preto no branco, não há como apenas dividir o jogo em dois polos como muitos fazem, o famoso “é bom ou é ruim?”.


No título dessa análise não foi colocado o termo “ousado” em vão e isso faz jus principalmente a narrativa, de uma forma mais direta e simples de se resumir eu poderia dizer que “ou se ama ou se odeia”, porém se fosse pra descrever de uma forma mais ampla e detalhada mas sem spoilers (como deve ser o caso) eu diria que em The Last of Us Parte 2 o jogo é incontestávelmente inteligente no que aborda e como aborda, escolhas sagazes e corajosas de roteiro que dividem opiniões e geram debates sobre os mais diversos assuntos que vão desde decisões dentro da própria história em si até discussões e temas sociais mais sensíveis e polêmicas como relações LGBT+, uso de drogas, fanatismo religioso, o conceito de certo e errado, e personagens com suas próprias filosofias, ideologias e com seus próprios códigos de conduta que vão de personagens pra personagens e de grupos pra grupos, uma coisa é certa, o mundo dentro dessa realidade está mais dividido que nunca e mais cruel do que nunca.


Infelizmente não se pode ir tão além pra poder descrever mais do roteiro porque nesse jogo qualquer simples sinopse já poderia ser um grande spoiler e tudo deixa de ser uma grande surpresa e consequentemente o impacto será menor, se você por um milagre não viu nada de The Last of Us Parte 2 continue sem ver, todo ponto-chave da história é instigante e provocativo seja positivamente pra alguns ou negativamente pra outros.

Imagem: Divulgação/Sony

Jogabilidade

A jogabilidade não traz grandes inovações em relação ao primeiro jogo, sendo praticamente os mesmos comandos com alguns acréscimos, isso seria ruim? Não necessariamente. Nesse caso, o que temos aqui não é somente um padrão, mas sim uma jogabilidade que já era boa e foi potencializada, tornando-se mais fluida e frenética, além de ter mais naturalidade graças às belíssimas animações do jogo.
Os “acréscimos” na gameplay, dito anteriormente, podem parecer algo simples à primeira vista, porém eles fazem toda a diferença na hora de jogar.

Imagem: Divulgação/Sony

Seriam eles:

A possibilidade de deitar (inclusive ao correr fazendo ela se jogar) pra se manter furtivo em terrenos adequados.

Esquivas que podem te dar vantagem em batalha ou em fuga.

Esgueirar-se em frestas apertadas para passar ou planejar seus ataques furtivos.

Bem, tudo isso parece ser algo simples e também mecânicas até mesmo muito usadas em outros jogos, e sim, é verdade! Mas essas mecânicas em conjunto com um level design rico e inteligente lhe dá uma versatilidade e uma verticalidade ampla na hora da gameplay, fazendo você criar estratégias que se misturam ao ambiente e estratégias de confronto direto que normalmente não são tão minuciosas assim em outros jogos como por exemplo no próprio Uncharted em que muita das vezes o jogo te possibilita ficar praticamente em um local só com a possibilidade de ter munição o tempo todo, essa realidade não existe em The Last of Us Parte 2, tudo aqui precisa ser pensado, calculado, planejado pra depois ser executado pois a inteligência artificial dos inimigos chega a dar uma certa raiva de tão boa que é, seja ao examinar os locais ou seja ao se comunicar um com um outro e também muitos deles possuem cães farejadores que possibilitam a eles te acharem sem necessariamente estar vendo você. Ou seja, ficar parado em um lugar só? Aqui não!

Imagem: Divulgação/Sony

Level Design

A geografia do level design do jogo é surpreendentemente detalhista e cuidadosa, seja gráficamente ou seja geograficamente, tudo pensado pra ser um lugar auto sustentável como jogo ou como um lugar propriamente dito respeitando de forma natural e/ou de forma habitacional cada trecho dos Estados Unidos, plantas, casas, arquitetura, prédios altos, estraturas tomadas pela natureza em uma ampla escala de tempo com um engine que possibilita um console de 2013 ter uma vegetação rica e abundante como tinha em Uncharted 4: A Thief’s End e Uncharted: The Lost Legacy.

Trilha Sonora

Composta por Gustavo Santaolalla, a trilha sonora busca o minimalismo e a simplicidade transpassando o sentimento de jogo pra jogador, uma escolha incomum pra um estúdio tão grande, não há grandes orquestras aqui, nem uma música caótica demais, aqui em suma maioria são músicas com uma pegada dramática e/ou tensa.

Acessibilidade

Um grande mérito incontestável de The Last of Us Parte 2 está em suas configurações de Acessibilidade para agregar todos os jogadores possíveis, deficientes auditivos, visuais, e corporais. O jogo traz uma ampla gama de opções diversas de Acessibilidade, incluindo até mesmo um glossário de cada som individual do jogo para deficientes visuais estudarem e ficarem atentos a tudo e dentre outras inúmeras opções.

Conclusão

The Last of Us Parte 2 é sem dúvida alguma um jogo corajoso e necessário pra uma indústria que ultimamente vem se tornando tão repetitiva lançando jogos com propostas muito similares entre si e que são criados apenas no automático pra gerar lucro em cima de lucro, enfim entre nós há mais um jogo que possibilita refletir, questionar, se emocionar, amar, odiar, causar empatia ou antipatia e isso gostando ou não é sim algo pra se levar mérito e que com certeza irá influenciar outras obras na indústria como já fez o primeiro, o que vemos aqui mais uma vez é um sinônimo, um exemplo de qualidade, coragem e dedicação.

Uma dica, quando for jogar The Last of Us Parte 2: se caso você amar ou odiar o jogo, pare pra pensar e reflita profundamente numa resposta não óbvia: “Por que achei isso?”

INCRÍVEL

História - 10
Gráficos - 10
Jogabilidade - 9.2
Inteligência Artificial - 9.5
Trilha Sonora - 9
Fotografia - 9.5

9.5

EXCELENTE

The Last of Us Part II nos ensina a desconstruir nossos heróis. É uma jornada imprevisível, emocionante e inesquecível.

User Rating: 2.67 ( 3 votes)

Camila Roux

Camila teve seu primeiro contato com video games aos 7 anos e desde então seu amor por games veio se aprofundando, compartilhando suas análises, pensamentos e guias para ajudar as pessoas a platinarem seus jogos através da internet.

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